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5 diferenças entre previsão do tempo e gestão do risco climático

há 1 ano
4 min

Não faz muito tempo que as previsões do tempo existem, ou, pelo menos, que são confiáveis o suficiente para serem utilizadas de fato. Atualmente, sites de previsão estão entre os mais acessados. Suas informações são utilizadas desde pequenas atividades cotidianas, até em grandes operações portuárias ou na gestão de parques eólicos.

Quando comecei a entender melhor o uso das previsões de tempo em negócios de grande impacto, realmente não esperava essa descoberta: boa parte desses negócios, usam a mesma previsão do tempo gratuita que usamos para saber se vai ter praia no final de semana ou se é necessário se preparar para o frio.

Isso significa que decisões operacionais importantes são tomadas com base na interpretação individual de previsões genéricas sobre o tempo.

Com o avanço da crise climática e o início de um novo El Niño em 2023, o desafio de gerir operações expostas ao clima fica ainda maior. Isso não é pouca coisa. Um estudo recente de pesquisadores de Oxford, estimou que US$81 bilhões do comércio global estão expostos anualmente a risco climáticos sistêmicos nas operações portuárias.

Nesse artigo, abordaremos as principais diferenças entre previsão do tempo e um sistema de gestão do risco climático e sua importância para negócios expostos a condições climáticas adversas.

Previsão do tempo vs Gestão do risco climático

Responda rápido. Um vento de 25 nós impacta uma operação portuária?

Muito provavelmente, você respondeu depende. Porque depende do tipo da operação, depende da direção e da duração do vento, se está associado a ondas altas ou à maré. Depende do tamanho e do tipo de navio. E, depende da exposição do porto. Para citar algumas variáveis.

No entanto, previsões do tempo te informam apenas sobre as condições de vento e onda, por exemplo, e as análises de impacto e risco na operação ficam por sua conta — ou daquela pessoa com a maior prática na leitura das previsões.

Em contrapartida, tecnologias de gerenciamento de risco climático dão suporte à tomada de decisão, desde a tradução das previsões em impacto e risco até a definição de ações estratégicas e seu monitoramento. Listamos a seguir cinco principais diferenças entre gestão de risco climático e uma simples previsão do tempo.

1. Registro de ocorrências e limites operacionais;

2. Análises automatizadas;

3. Monitoramento automático para antecipar riscos;

4. Tradução das previsões em impacto e risco;

5. Suporte a tomada de decisão;

1. Registros de ocorrências e limites operacionais

O primeiro passo para definir ações estratégicas e respostas aos eventos extremos é levantar, sistematizar e tornar acessível os registros de riscos, incidentes e acidentes relacionados a condições climáticas adversas.

É extremamente comum que as empresas possuam registros de ocorrências, dados de limites operacionais e de infraestrutura relacionados às condições climáticas. Porém, muitas vezes, essas informações não estão organizadas e acessíveis.

Com base na análise desses dados, junto aos dados históricos das condições climáticas, é possível construir uma matriz de risco e gerar a consciência situacional necessária para preparação aos riscos climáticos.

2. Análises automatizadas

Obter análises climáticas claras e constantes para o planejamento estratégico pode ser um grande desafio. Poucos negócios podem dispor de um especialista em tempo integral para analisar e identificar riscos climáticos. Afinal, essa não é a atividade foco de uma mineradora, um terminal portuário ou uma empresa agrícola, por exemplo.

No gerenciamento de risco climático, análises dos impactos ambientais na operação, do histórico de incidentes e acidentes relacionados às condições climáticas e das projeções de risco são realizadas de forma automatizada para definir ações, estratégias e investimentos em soluções de adaptação climática.

3. Monitoramento automático

Uma vez definidos os limites operacionais e respostas estratégicas, é necessário manter o monitoramento das condições ambientais mediante sensores de medição e previsões de tempo customizadas para cada necessidade.

Esses dados quando organizados e prontamente acessíveis são os pilares para automatização das soluções de gerenciamento de risco climático, manutenção dos registros e atualização das análises.

4. Tradução das informações previstas em impacto e risco

Uma previsão de tempo sem interpretação não é suficiente para gerar adaptação climática, resiliência ou aumentar a inteligência da operação. Portanto, o cerne do gerenciamento de risco climático de curto prazo é a tradução das previsões de mar e tempo em impacto e risco.

Ao vincular ações estratégicas às condições de mar e tempo previstas é possível se planejar para um impacto iminente, aproveitar oportunidades, gerenciar riscos ou reduzir danos inevitáveis. Sistemas de gerenciamento de risco apresentam essas informações prontamente, na forma de alertas acionáveis, para suporte à tomada de decisão.

5. Suporte a tomada de decisão

Todos esses elementos em conjunto são um poderoso aliado no suporte à tomada de decisão. Seja a curto prazo, em resposta às condições climáticas, seja a longo prazo, no planejamento estratégico.

De um lado, a tradução das previsões em impacto e risco, aumenta a velocidade e qualidade de respostas a eventos climáticos. De outro, ter em mãos matrizes de risco com o cruzamento da severidade, frequência e probabilidade ajuda a criar respostas para adaptação climática dos negócios.

Por exemplo, um vento de 100 km/h em determinadas regiões não é frequente, porém a severidade do risco é alta para trabalhos em altura. Com as mudanças climáticas é bem provável que a probabilidade aumente, então uma matriz de risco baseada no histórico de dados e projeções auxilia na quantificação do problema.

Da mesma forma, identificar quais áreas estão sofrendo mais impactos e quais estão menos vulneráveis é outra ferramenta importante no suporte à tomada de decisão, que contribui para o melhor gerenciamento dos recursos humanos e financeiros.

A importância da gestão de risco para negócios expostos a condições climáticas

No cenário que nos encontramos em termos climáticos, em que é muito provável que ultrapassaremos 1,5 °C de aquecimento global, é preciso ir além da preparação de curto prazo para criar respostas, estratégias e monitoramento para se antecipar a riscos.

Autoridades e terminais portuários já estão ganhando eficiência e segurança com plataformas de gerenciamento de risco climático. A maior autoridade portuária privada da América Latina, por exemplo, tem sido pioneira em antecipar riscos e se adaptar às mudanças climáticas.

Conheça os principais riscos às operações portuárias associados a eventos climáticos extremos.

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Mateus LimaCEO
Por ter nascido em Salvador, meu contato com o mar foi intenso desde criança. Ajudei a fundar a i4sea com o intuito de prever melhor as condições de onda nas minhas praias preferidas até me deparar com às mudanças climáticas e entender que o nosso propósito é adaptar pessoas e negócios a este desafio.
Por ter nascido em Salvador, meu contato com o mar foi intenso desde criança. Ajudei a fundar a i4sea com o intuito de prever melhor as condições de onda nas minhas praias preferidas até me deparar com às mudanças climáticas e entender que o nosso propósito é adaptar pessoas e negócios a este desafio.

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